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30 de out. de 2015

Latinoware 2015 - Impressões

Este ano eu tive a honra de ter sido convidado a palestrar na Latinoware XII, em Foz do Iguaçú. De volta à meu quadrado, uma leva de e-mails trocadas entre palestrantes, participantes e organização comemorou a realização com sucesso do evento.

De fato, eu não tenho um "á" para falar da organização: foi perfeita! E mesmo sendo um evento sem grandes patrocínios, eu fui alocado a um hotel de excelente qualidade, tive alimentação farta, transporte em dia, tudo. Fantástico mesmo. Já trabalhei em organizações de eventos e sei da complexidade e do pesadelo que é uma coisa desse porte.

E sobre o conteúdo? Puxa, gostei demais! Aprendi sobre coisas novas, incluindo contêiners, que estão na moda. Conheci gente bacana e revi pessoas - destaque para a oportunidade de uma vida que ganhei de tomar café-da-manhã com o próprio shiver-me-timbers Maddog. Excelente sujeito, cara de visão, empreendedor. A melhor parte foi receber algum ânimo dele com a desesperadora situação nacional. ;-) Thanks, sir.

Naqueles e-mails trocados, algumas pessoas falaram de gente que detratou o evento. Não mencionaram quem, e para mim isso foi muito pior que não falar nada, porque agora eu sei que alguém tem uma opinião cuja a maioria dos participantes discorda, mas não sei qual. Ao invés de rebaterem quaisquer colocações que foram feitas, apenas chamaram de troll alguém que escreveu alguma coisa, e deram o caso por encerrado.

Relevância

Não querendo cutucar nenhuma ferida, ou ferir algum ego, ofender alguém etc.  afinal eu fui como convidado, representando o SERPRO, eu não perguntei nada a ninguém e procurei por algo.

Na boa, procurar algo que você não sabe o que é, sobre um assunto meio ignorado, na Internet, é loucura. Não dá para achar nada. Mas eu achei alguma coisa:
Por quê o Luiz Queiroz não vai à Latinoware.

Esse post pode ser lido na íntegra neste link.

Não tenho argumentos para discordar dele. De fato, SL no governo brasileiro nunca funcionou, e agora está encolhendo em passos firmes.

Acho que essa é a única percepção minha que não encontrou eco nos e-mails de felicitações da turma. Por que ninguém tocou nos problemas de TI do governo?

Não sei. E não quero perguntar. Não me sinto livre para isso, pois tenho medo de ficar marcado negativamente por um povo que, no fundo, quer apenas ajudar.

6 de dez. de 2014

Um Sonho Tornado Realidade: Microsoft Abraça SL

Imagine você ler uma coisa assim:
Hoje é um grande dia para a Microsoft! O Windows virou Software Livre!
Ainda não foi desta vez - um dia, um dia, com certeza - mas algo não menos importante aconteceu recentemente:
Today is a huge day for .NET! We’re happy to announce that .NET Core will be open source, including the runtime as well as the framework libraries.

Se não acredita em mim, leia você mesmo!

Em 12 de novembro de 2014 a Microsoft liberou, via licença MIT, o .NET Core - que eu lamentavelmente não sei o que é - como Open Source. Esqueça qualquer nuance ideológica, que apenas distorce o debate. Vou escrever com outras palavras:

A Microsoft liberou o código de um produto. Agora ele está aberto. A Microsoft abriu o código do .NET Core.

Não consegui dar a ênfase que eu queria. Uma coisa dessas não cabe em poucas palavras, ou pelo menos eu não consigo fazer caber. Talvez o RMS ou Maddog consigam.

Só posso dizer uma coisa: eu sabia que isso ia acontecer!

E sabem porquê? Por que é lógico! Eles mesmo explicam isso e, dada a franqueza da abordagem, duvido que eles estejam mentindo, escondendo algum motivo escuso:
And if you think about it: open source is essentially the ultimate agile development style.
Em tradução livre, "E se você pensar sobre isso: open source é essencialmente o estilo ágil supremo." É a marca da Microsoft estar próximo ao cliente, ouvi-lo e atendê-lo. É natural, para a MS, ir para o mundo Open Source.

Não sei bem como eles vão fazer para ganhar dinheiro, mas acho que vão descobrir uma forma. Ou você duvida?

4 de out. de 2013

XV Congresso de Tecnologia da FATEC

Pelo terceiro ano eu fui convidado a palestra no Congresso de Tecnologia da FATEC, em São Paulo. Eis o link para o evento: http://bit.ly/1bDZuwU. O tema desta vez é Integração Tecnológica, e eu vou abordar o tema a partir do meu conhecimento de SL.

Todos os meus amigos e leitores estão convidados a comparecer: estarei na sala 41B (DTI), às 10H00min de 8/10 (terça-feira.)


Até lá!

10 de abr. de 2012

SPZ2000 Ok no Ubuntu 10.10

Depois de quebrar minha webcam xing-ling de tanto forçar seu ajuste de foco, fiz uma pesquisa rápida na web por webcams da Philips (tenho uma no trabalho que é muito boa.) Achei algumas opções e resolvi procurar nas ruas pela SPZ2000.

Minha única dúvida era: funciona no Linux? O site da Philips não ajudou muito, mas, numa loja onde encontrei a webcam, a vendedora me fisgou com uma proposta irrecusável: se não funcionar, ela devolveria o dinheiro.

Pois muito bem, comprei a câmera, voltei para casa, liguei e - voi-là! - funcionou na hora, de primeira! :-)

Resumo da ópera e dicas:
  • Padrões, quando são seguidos, são bons porque reduzem a chance de problemas. (E isso é uma das coisas da MS que me irrita: padrão, só se for o deles.)
  • Quando comprar produtos para Linux, pergunte se funciona. Se o vendedor tiver interesse em te vender, ele pode arriscar o "se não funcionar, devolvemos seu dinheiro."
  • Se ele não oferecer, peça: se não funcionar, devolve o meu dinheiro? Já deu certo comigo, pode dar certo com você.
  • Poste no fórum do seu SO/SL: vai ajudar quem precisa de referência a ganhar segurança. (Esse é meu post sobre minha máquina.)
Até mais!

26 de mar. de 2012

Impressionante

Passei um tempo navegando a web em busca de um sentimento da adoção de SL no mundo, para ter o que comparar com o Brasil.

Bom, adotar SL deixou de ser uma questão. Agora existem outras questões - como, quando, para quê, por quê não etc.

Peguem esse link como exemplo: Driving Innovation. É um convite para um webinário sobre como a indústria automotiva está adotando SL. Vou transcrever (e acomodar no Português) um trecho do convite:
O evento vai mostrar:
  • Como e porquê a indústria automotiva está olhando SL como uma fonte de vantagem competitiva.
  • (...)
  • O nível de engajamento das companias automotivas com as comunidades de SL.
A pesquisa que serve de base para o evento é a primeira do tipo, e foi conduzida pela BearingPoint, cientificamente guiada pelo Professor Riehle, chefe do Grupo de Pesquisa em Open Source da Universidade de Erlangen-Nuremberg. Mais de 25 empresas responderam essa pesquisa.

Fala sério! SL é assunto de pesquisa universitária, com consultoria empresarial, no mercado automotivo!? Impressionante!

Sabendo que já existem lugares no mundo que permitem carros auto-navegados, isso se torna ainda mais interessante...

E aí, vai um Open Car? ;-)

19 de mar. de 2012

O Mercado de Trabalho do Software Livre é Social

Há algum tempo eu venho pregando a idéia de usar SL como blocos para construir soluções mais robustas, completas e complexas. No início eu estava inseguro sobre essa idéia - afinal, me parecia que eu era o único a acreditar e falar sobre isso.

Mais tarde eu descobri que uma pessoa realmente importante e que realmente entende do assunto também dizia o mesmo: Michel Tiemann, VP da Red Hat. Tive a imensa satisfação de poder conversar com ele pessoalmente durante o Consegi'09, e lá passei a ter a certeza messiânica de que essa idéia tinha futuro. Mas ainda era uma certeza muito pessoal, muito baseada na minha intuição. A realidade ainda não havia sido posta à prova.

Até que eu me inscrevi no LinkedIn e comecei a acompanhar algumas coisas. E eis que se cristaliza o conceito de Lego de SL em um projeto (com um nome que pode melhorar muito!)

Agora, mais uma vez no LinkedIn, eu sigo uma notícia e descubro que jBoss e eXo Portal foram integrados em um framework chamado GateIn.

Não pude deixar de concluir duas coisas:
  1. Lego Software Livre (LSL): não é mais uma idéia, já é um fato. Se vai dar certo, é a próxima pergunta.
  2. O mercado de trabalho de Software Livre provavelmente vai se fortalecer em portais sociais, como o LinkedIn.
A Era do SL^2?

O primeiro é muito importante: chegamos a um ponto de inflexão, e a partir daqui não há mais volta. A qualidade, complexidade e completude das soluções de SL vão crescer cada vez mais rapidamente. Já não será um crescimento linear ou quadrático, mas exponencial, pois cada novo pedaço de SL vai abrir campo para muitas outras combinações. Cada melhoria em um componente vai causar melhorias nas montagens (a solução Lego Software Livre, por falta de um nome menor ou mais inteligível - por um momento me passou na cabeça SLSL ou SL2.)

Vamos ver como isso vai evoluir. Mas eu escrevi esse post mesmo foi para falar do segundo item, então vamos em frente.

Referências

O segundo é um mero sinal de nossos tempos, esperado, mas não menos importante.

Você quer levar sua empresa de SL adiante? Então viva dentro de sites como LinkedIn, Facebook etc. Não digo que você pode abrir mão deles se sua empresa for, digamos, indústria de autopeças ou fábrica de tecido. Muito pelo contrário. Mas a natureza das empresas que buscam SL como opção é diferente das empresas que seguem os rumos já traçados do mercado clássico, bem como as empresas que fornecem SL são diferentes das que vendem licenças e serviços de SP.

Faça um Gedankenexperiment: coloque-se no lugar de um gerente de departamento de TI, com opção de adotar uma solução SL ou SP. Você já tem proposta de vários fornecedores, já sabe quais produtos te atendem melhor etc. Tudo resolvido. Nesse momento, segundo o Michael Bosworth, você fica com o pé frio. E se tudo der errado? E se nada funcionar? E se isso, e se aquilo?

O que todo mundo faz hoje, quando tem uma dúvida? Googles it.

É nesse momento que os sites de relacionamento profissional pesam: você pode ver a quem seus fornecedores estão ligados e pedir opinião dessas empresas e pessoas. Você pode conhecer os empregados deles, quem saiu, quem entrou, e talvez descobrir alguns porquês. Você pode ver além do terno engomadinho, da bolsa de marca, dos sapatos e perfumes dos vendedores - você pode se conectar à vida deles se eles tiverem essa vida on-line. Quem estiver no mercado virtual formado por esses recursos tem uma clara vantagem sobre quem não estiver. Quem for bom, se destacar no mercado e se expuser, terá corpos e corpos de vantagem sobre qualquer outro mais acanhado. Se você quer se destacar, apareça!

Em um mercado onde raras empresas de SL possuem marcas fortes como uma Impacta, uma 4Linux, ou mesmo a IBM, estar na vitrine das redes sociais vai fazer toda a diferença. Para empresas pequenas e médias, que representam a maioria quando se fala em SL, são esses locais virtuais que vão lastrear suas marcas e dar as suas referências para o mercado.

12 de mar. de 2012

Vingou

Você sabe que uma determinada idéia vingou quando começam a surgir suas aplicações de nicho. Diga lá: se você fosse uma imobiliária e quisesse fazer um site, para turbinar seus negócios, o que faria?

Provavelmente compraria esse serviço pronto, ou pagaria um hospedeiro e construiria uma página no braço.

Bom, qualquer que seja o caminho, ele acabou de ganhar uma mão do Software Livre:
Open4Listing
Open4Listing is a free and open source solution for the creation of a corporate website with classifieds. Developed mainly for Real Estate Agents, Brokers and Real Estate Professionals, Open4Listing is also used in other fields of activity, such as Auto Parts Sales, Heavy Industry Machinery Sales or Short Term Accommodation Rentals.

Open4Listing is powered by PHP and MySQL and was created by INFO CITY SRL, the company which developed several real estate portals, such as us-estate.com or reqAfrica.com.

The software is SEO-friendly, AD free and can easily be modified to meet users needs. With Open4Listing you can easily change colors, themes, implement a business logo or create categories and subcategories. To change any of these, follow the instructions on Open4Listing.com, sections Tips and Tricks or How To.

Open4Listing is a free and open source software licensed under version 3 of the GNU General Public License.
Esse anúncio saiu no LinkedIn: Open source classifieds website.

Francamente, não há mercado com o qual eu tenha menos contato ou saiba menos. Mas alguém achou que ele representa uma boa oportunidade de investimento e, contrariando a opinião do Sr. Gérson Schmitt, resolveu inovar e construir uma aplicação exclusiva para isso. Tão específica que até a questão de SEO foi levada em conta! E não é experimental: já existem vários casos! (Olhe no site deles.)

Uau! Me digam se isso não representa o sucesso da idéia de Software Livre? Vingou ou não vingou?

19 de jan. de 2012

Sobre o Valor de Licenças de Software em BI

O Serpro, a empresa na qual trabalho, vive o mesmo dilema de qualquer empresa que resolva investir em SL: comprar uma licença.
Peraí. SL não é livre? Então não precisa pagar, não é?
Não tem nada a ver. SL é livre se pode ser usado, modificado e distribuído (modificado ou não) livremente. Porém, como qualquer outro produto, precisa de conhecimento para ser bem usado. E é ai que entram os custos de SL.

Eu já discorri sobre isso na apresentação feita na Fatec, então não vou me repetir. Vou apenas adicionar um pouco sobre isso no campo de BI.

Sobre licenças de software no mundo de BI: solução barata, em BI, custa um milhão de dólares. Solução boa é de cinco milhões, mas eu gostava mesmo era das de dez em diante (a proposta mais cara que eu vi era de dezessete milhões de dólares, inicial, e renovação de cinco milhões de dólares anuais.) Veja porquê.

O valor cobrado pelas suites livres (Pentaho, Spago, Jasper) é o mesmo que fornecedores "comerciais" cobram de consultoria para instalação e treinamento. Eu sei disso porque eu vendia SAS e concorria diretamente com a MicroStrategy e a Informatica. Eu nem sequer visitava o cliente se ele não pedisse proposta que desse, pelo menos, meio milhão de dólares. Pelo valor que a Pentaho cobra, eu usava só uns quinze minutos para atender o cliente, mandando uma proposta pré-formatada: preenchia os nomes do contato e da empresa, imprimia em PDF e mandava por e-mail (nem mandava por correio, que era a norma da empresa.)

Em 2009, fizemos eu e Gerson Tessler, no Serpro, uma conta rápida para mostrar uma das vantagens do Pentaho: o valor que o Serpro pagou de upgrade do MicroStrategy dava para pagar mais de cinquenta anos de licença Pentaho, com usuários ilimitados (em uma máquina modesta, claro; numa parruda dava só uns 20-30 anos.)

Outro parâmetro para comparar: em 2007, só de treinamento em MicroStrategy para a equipe na qual eu estava (e que cuidava do DW PF da RFB) gastamos R$50.000,00. Isso não é caro, é preço de mercado, praticado até mesmo pela Pentaho. Foram vários cursos, para umas quatro pessoas (fora um gratuito.)

Deu para pegar uma proporção?

O custo é sempre relativo ao retorno. Como o retorno de BI sempre é MUITO grande, licenças de BI comercial tendem a ser caras. Como a maioria das empresas ainda não descobriu como usar o verdadeiro poder do BI para aumentar sua lucratividade, a Pentaho vende a suite pelo seu maior valor de face, que é ferramenta de exploração de dados (a.k.a. relatórios.) Esse é um dos motivos pelo qual ela cobra pouco. Só para não ficar dúvidas: mesmo assim, vale a mesma coisa que as caras - e eu me refiro ao SAS e ao MicroStrategy. Se você conhece SAS e MicroStrategy, e já viu o Weka ou Pentaho Analysis, sabe do que eu estou falando.

16 de jan. de 2012

Meus Livros Favoritos

Eu também poderia intitular o post "Porque eu Preciso de um Kindle Fire", mas achei que seria demais. ;-)

Ganhei O Andar do Bêbado, de um grande amigo físico (como eu.) As primeiras páginas já mudaram meu entendimento sobre eventos aleatórios (pegadinha: na Porta da Esperança, vale a pena mudar de porta depois de o SS abrir uma errada? Resposta: SIM!!!)

Outro que eu já havia lido nesse ramo é Freakonomics: coloca questões muito interessantes e se esforça para te fazer entender que funk não causa dano cerebral, mas sim que dano cerebral te leva a ouvir funk (o carioca, no o original - obrigado Thunder!!) (ATENÇÃO: essa imagem é uma montagem, ela é falsa!!)

Eu também estou terminando de ler Scrum and XP from the Trenches (Enterprise Software Development) e Agile Software Development Scrum.

O primeiro é um relato de guerra de um cara que implementou Scrum (e outras técnicas, como XP) na empresa em que trabalha. Muito bom! Vale por uma vida e te converte para Scrum/XP/TDD nem que você diga não, obrigado.

O segundo é o relato do nascimento e estabelecimento da metodologia Scrum. Seu objetivo não é ensinar Scrum, mas contar sobre como ele nasceu, de que idéias, de que necessidades. Ainda assim, te deixa uma boa idéia de como fazê-lo (apesar de ser melhor usar livros como Agile Project Management with Scrum.) O melhor é mesmo entender as mentes por trás da idéia. Depois de lê-lo é impossível não se jogar no chão genuflexionando-se para o Scrum como se fosse a bíblia da segunda vinda do messias...

Meu próximo livro: Wicked Problems, Righteous Solutions. Em poucas palavras, porquê o modelo cascata (waterfall) falhou. Depois eu vou buscar um mostrando porquê ele deu certo (ou provando que ele funciona.) Só para não ficar na oposição. ;-)

Fora isso, meus três mais são:
  1. Não é Sorte
  2. O Futuro da Administração
  3. How to Measure Anything
Até mais!

19 de dez. de 2011

Como Montar uma IBM de Software Livre

Eu sempre acreditei que, usando SL, eu posso criar uma empresa que não fabrique nenhum produto, mas mesmo assim fature alto com soluções de TI. A idéia é bem simples, até. Por exemplo, vamos dizer que um ministério lance um edital para isso:

Precisamos de um sistema para pagar conveniados do programa X, com todos os pagamentos a partir de R$100k auditados, com interface web para o conveniado acompanhar seu processo de pagamento e/ou auditoria, para que ele possa tomar as providências necessárias. Queremos que todos esses números apareçam no Portal da Transparência automaticamente, atualizado mensalmente. Todo acesso dos conveniados e funcionários da administração pública federal devem ser controlados com criptografia.

Até ontem à noite, eu não tinha uma idéia clara de como montar essa empresa, que pudesse atender esse tipo de demanda com SL. Minha visão, para mim, sempre foi muito clara – empresa três-em-um: Centro de Dados + Software House + Soluções. Se, eventualmente, o cliente decidir usar o próprio CD ou de um terceiro, como o Serpro, a empresa poderia passar tudo para lá facilmente (eu construiria as soluções para rodar em máquinas virtuais, como uma nuvem.)

Dai, digamos que essa empresa examina sua linha de produtos de SL (todos adotados, nenhum inventado por eles) e concluem que:

  • O módulo financeiro de um ERP (Compieri, digamos) pode controlar as contas do convênio.
  • Um AlFresco pode manter scans da documentação.
  • Um Bonita Open Solution pode executar o fluxo de auditoria.
  • Um eXo Portal pode ser o link com o conveniado.
  • Uma solução de BI com Pentaho pode publicar os relatórios no Portal da Transparência.
Suponha que apenas metade desses aplicativos suporta SSO com criptografia. Como resolvemos?

Assim:
  • Cada SL em uso na nossa linha de produtos tem sua própria equipe de desenvolvimento.
  • Enquanto o 2/3 da empresa cuida de montar a infra-estrutura (CD) e implantar a solução (Soluções) o outro 1/3 (Software House) define as funcionalidades necessárias que ainda não existem.
  • Em conjunto com a comunidade, as equipes de cada um desses programas evolui o SL.
  • Na última etapa da implantação, a infra-estrutura atualiza o SL para a última versão comunitária, que foi desenvolvida por essa empresa hipotética.
Na verdade, já existem empresas que fazem isso para si mesmas: usam tudo livre e quando um determinado software não tem tudo, eles pagam alguém para fazer e devolver a contribuição à comunidade. Assim eles ganham duas vezes, com o resultado e alimentando o círculo virtuoso do SL.

E existem empresas como a Pentaho e a RedHat, que também fazem isso. Só que elas dão manutenção apenas nos seus próprios softwares, e tem um foco mais ou menos estanque. Elas atendem aqui e pronto. A minha idéia é um passo adiante: vender soluções e atuar como integrador, que é uma prática habitual no mercado de automação industrial.

O truque é a equipe de desenvolvimento: usar Scrum para dar manutenção em SL, como se essa equipe não fosse da empresa, mas uma equipe da comunidade que, por acaso, podemos direcionar para onde precisarmos. Se, de repente, não há demanda interna para melhorias em um determinado produto, essa equipe pode colaborar implementando as melhorias demandadas pela comunidade.

Há um grande impecilho nisso tudo: a equipe de vendas. Imagine ter especialistas em trocentos assuntos diferentes numa mesma pessoa, capaz de examinar a necessidade do cliente e desenhar uma solução Lego com SL. Provavelmente cada equipe de venda teria um especialista em pares de assuntos (Bancos de Dados e SO, BI e ERP, Workflow e BPM etc.), com um generalista capaz de analisar a demanda do cliente e definir a estratégia de implantação.

A vantagem competitiva viria do fato de essa empresa ser especialista na integração e ser co-autora em todos esses SLs. O preço também precisa ser competitivo, claro, mas com o custo de hardware caindo e a sofisticação dos SLs aumentando, isso não deve ficar caro.

14 de dez. de 2011

Fábrica de Software? Não mesmo!

A revolução industrial trouxe a indústria como nós a conhecemos: uma linha de produção, em geral com algum grau de automação, que produz um determinado item em grandes volumes, e o mais parecidos entre si possível.

Quando a "indústria" de software começou a nascer muitos se debruçaram sobre o processo de construir programas. Depois de algum tempo começaram a perceber que a transposição dos conceitos de engenharia civil (desenhar, planejar, construir) para a informática era muito mais uma idéia bonita do que boa arte de programação.

A compreensão de porque é difícil se projetar software veio aos poucos, mas o destilado de décadas de experimentação na construção de programas de computador pode ser sintetizado em um conceito muito simples: repetibilidade.

É simplesmente impossível desenhar um processo de criação de software, genérico e repetível, que torne o processo completamente previsível e mais, que fabrique itens diferentes um do outro a cada iteração.

O mais fascinante é que tudo isso é óbvio. A fábrica fordiana mais produtiva, azeitada e veloz gasta um bom tempo sendo alterada para produzir cópias de um novo modelo de carro. A linha de produção, a indústria, fabrica itens iguais, xerocados. Inventar um novo item ou aperfeiçoar um antigo é um processo na melhor das hipóteses histórico e na pior totalmente experimental. Não existe fábrica de projetos de, por exemplo, carros ou máquinas de lavar louça. Cada marca tem o seu modo de desenvolver, aprendido a duras penas. Um novato vai precisar cometer muitos erros e ralar muito até dominar um processo criativo.

Como então alguém pode propor uma coisa maluca como uma fábrica de software? Para começo de conversa o propósito de uma fábrica de software é produzir itens novos ou, na melhor das hipóteses, reaproveitar o que já foi desenhado - nunca fazer apenas uma cópia dos itens pré-existentes!

O contra-argumento à essa linha é a indústria da construção civil: cada novo prédio é algo inédito e o mero sucesso de um largo número de projetos indica que é possível, sim, definir um processo dessa complexidade que seja repetível.

Bom, basta observar essa indústria um pouco mais atentamente para notar que ela confirma a regra: o processo de construir um novo prédio é conhecido e repetível. Todos são estruturas calculáveis, definidas e com quantidades de materiais previsíveis. Aliado ao conhecimento histórico sobre produtividade em construção civil, hoje praticamente item de livro-texto de Engenharia Civil, gestão de projetos etc. construir um novo prédio - qualquer um, em qualquer formato! - é uma tarefa domada, não uma tarefa inédita a cada prédio.

Na minha opinião, usar Software Livre pode mudar esse jogo: evite construir cada programa de novo, mas monte coisas complexas com programas simples. Um bom exemplo são as distribuições Linux.

11 de out. de 2011

CARACA!

Estava limpando a lambança que eu fiz postando o vídeo no YouTube e descobri esse:

http://www.youtube.com/watch?v=IdX72gi-peo&feature=related

Não apenas tem uma entrevista sobre SL do Jô Soares, como (pasmo!) um dos caras que aparece ali, o Júlio Neves, é o coordenador nacional do programa Serpro de SL - (um dos quatro) meu chefe!!!

Show! :-)

7 de out. de 2011

Entenderam Tudo Errado

Olha, vou contar para vocês... Não é fácil.

Deve fazer uns três anos que eu não tenho mais nenhuma assunto diário com empresa de SP. Hoje eu tive um flashback do que era...

Eu quero saber uma coisa simples: o Power Center tem cliente Linux?

Para quem não é do ramo, Power Center é a ferramenta líder de mercado de ETL - ou era um tempo atrás, perdi o rastro. A licença é paga pelo servidor, e o cliente de desenvolvimento é gratuito. Normalmente, tem apenas para Windows. Por conta de certos aspectos do Serpro, queremos saber se tem para Linux.

Procurei na Internet, nada, só esse post, no site de comunidades da Informatica.

"Pouco demais", eu pensei. Queria o datasheet do cliente. Entrei no site da empresa, procurei Linux client, nada.

Bom, eu sou um homem de ação: peguei o número do representante no Brasil, e liguei.

Adivinhem só? A moça que me atendeu me pediu hora e dia para agendar uma conference call com algum especialista de produto, para entender melhor a minha pergunta (tem cliente Linux? - faltou entender o quê???) e me responder.

AARGH! Em 2011, não conseguir o datasheet do produto pela Internet e, depois de ligar para o FABRICANTE, não um representante barbante qualquer, e ouvir que não vou ter a resposta na hora... FRANCAMENTE, ENTENDERAM TUDO ERRADO!

10/10/11 ATUALIZAÇÃO: no mesmo dia, à tarde, me enviaram um educado e simpático (sério) e-mail, com o datasheet do produto. Menos mal, mas para uma empresa que prega coisas tão modernas como a Informatica, ter essa brecha deixa espaço para dúvida: afinal, eles fazem o que vendem?