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5 de out. de 2016

Preconceito? I Don't Think So!

Lê hoje no portal do SERPRO:

Preconceito geográfico

Uma das questões discutidas no painel seria um "preconceito geográfico" em relação ao desenvolvimento de TI no mundo, com empresas de países emergentes enfrentando maiores dificuldades para atrair investimentos. 

Vamos relembrar uma das maiores angústias do mercado de trabalho norte-americano? A migração de postos de serviço de TI de lá para... A ÍNDIA!
Quer outro exemplo curioso? Há uma empresa francesa de desenhos animados chamada Zag Heroes que terceiriza TODA animação para empresas da Coréia, assim como faz a Fox com os Simpsons.

Eu poderia passar o dia inteiro listando casos de empresas de um país - quando não o próprio país - que usa serviços e mão-de-obra de outro (Amazon), mas aí eu não acabaria o post (Odebrecht).

Não assisti a esse painel e por isso não sei precisar o contexto no qual essa expressão "preconceito geográfico" surgiu mas, com todo respeito a esses notáveis, a expressão não poderia ser mais errada. Não entender as causas e motivações é um defeito deveras comuns por aqui.

O que atrai investimentos são boas condições - segurança jurídica, liberdade econômica, qualidade da mão-de-obra e infra-estrutura. Como querer atrair investidores se um país não oferece isso?? Como convencer um empreendedor que ele deve ter ali seu negócio, se ele sabe que vai custar mais caro e obter um resultado pior??

E chamam isso de preconceito???Só um louco faria um investimento nestas condições!!


E quanto à nossa amada pátria, salve, salve, se existe uma causa para o Brasil não ter representatividade no mercado internacional de TI, ela é apresentada no post Brasil está em 122 no ranking de liberdade econômica.

Daí vem uma proposta de solução:
Limp afirmou que, para vencer essas dificuldades, a Apex apoia mais de dez mil empresas no Brasil. "A infraestrutura de hardware do país já é boa. O que precisamos agora é de investimentos em softwares como de big data e análise de negócios", avaliou.
A solução para o Sr. Limp é investir em softwares. Será que alguém sugeriu investir no barateamento do Custo Brasil ou em qualificação? Sim - uma pessoa! Pelo visto só em qualificação:
Já Kati Suominen, fundadora e CEO da TradeUp Capital Fund, afirmou que a região possui um potencial não realizado na assimilação de TI. Para Kati, tecnologia e educação devem andar juntas. "Muitas vezes, as empresas sequer conseguem assimilar e utilizar as tecnologias de forma criativa e eficiente: daí o valor do investimento não apenas em equipamentos, mas também na formação de bons profissionais", concluiu.
Talvez - apenas talvez - melhorar a qualidade da educação, tanto básica quanto superior, que despencou nesta última década, poderia ser uma idéia melhor... Uau.

Preconceito? Sério?? Qualé?! >:-(

10 de nov. de 2015

Ideologia Atrapalha!!

Não duvidem na minha fé no SL e no código aberto - ela decorre dos fatos que nos cercam, mais do que na minha filosofia liberal. Isto posto, vejam esta notícia acabei de ler (aqui editada por mim:)
Fabricantes com quem conversei ontem no Telebrasil deixaram claro.

Não deverão participar de licitações para fornecimento de equipamentos de redes, de órgãos que incluírem no seu edital a exigência de abertura do código-fonte.

(...)

Há até aqueles que já fizeram as suas contas, para saber se haveria grandes perdas deixar de fornecer por algum tempo ao Brasil, enquanto vigorar essa exigência.

(...)“Eu tenho uma das minhas patentes que custaria hoje uns 50 bilhões de dólares. O Brasil estaria disposto ou teria condições de me indenizar esse valor, se meu código-fonte vazasse?

Durante o Painel Telebrasil 2015 foi colocado pelo Governo brasileiro a firme intenção de exigir a abertura de código-fonte em aquisições de TI & telecom.

A justificativa, segundo a notícia anterior é "só comprar sistemas informatizados e equipamentos de rede de telecomunicações quando puder auditar e ter as devidas garantias de proteção aos seus dados sensíveis". Voltarei a isso no final.

Vamos ler isso pelo outro lado, das consequências:
  1. As empresas que deixarão de concorrer podem vir a deixar de faturar;
  2. O pool de concorrentes diminui;
  3. O governo brasileiro reduz o pool de opções técnicas.
Agora vamos ver o que acontece em cada caso.

Empresas Deixam de Concorrer

Essa é fácil: só uma empresa pode ganhar uma licitação (exceto em caso de consórcio, mas não é o que parece aqui.) Logo, das X empresas que podem concorrer, só uma vai faturar essa grana.

Ou seja, deixar de concorrer não significa abrir mão de um faturamento garantido. Significa abrir mão de um item no funil de vendas - nada mais! Dinheiro de mentirinha, para todos os efeitos de planejamento.

Na pior das hipóteses, a empresa mais cotada para vencer em cada caso, e que saiba dessa sua vantagem, vai ter que se contentar em reduzir suas estimativas de vendas. E como nenhuma empresa é besta de depender de um só cliente, com certeza vai ter outras opções. Se pensarmos um pouco, desistir de vender para o setor público pode acabar liberando recursos para vender em outros setores, e até reduzir o tempo médio de vendas, já que essas licitações sempre se arrastam por meses, semestres, anos.

Pool de Concorrentes Menor

Com empresas desistindo, a competição se dará entre outras empresas. Se uma das desistentes fosse uma favorita, melhor ainda!, pois o favoritismo vai para alguma outra.

Porém, isso já é uma má notícia para nós, brasileiros. Quando a lista de opções diminui, estamos dizendo que asa opções de tecnologia para o Brasil diminuem.
O triplo pelo dobro!! Tudo ou nada!!
Conseguem imaginar tendo que escolher redes de 30MB, quando já se oferecem redes de 100MB nas casas das pessoas? Mas não compre agora, fica pior! O anúncio acima foi copiado das respectivas páginas da Vivo e do Virtua e é isso mesmo que se vê: mais do triplo da velocidade por menos do dobro do preço!

Ou seja, tecnologia mais nova costuma ser mais econômica, a ter um custo menor. Abrir mão de certos fornecedores pode sair mais caro!

Menor Pool de Tecnologias para o Brasil

E aqui vem a cereja do bolo. O que acontece quando os fornecedores deixam de querer vender para o governo do Brasil? O governo fica sem essas opções - afinal, não sou obrigado a fazer negócio se não quiser. Livre mercado, lembra-se?
Ah, Fábio, mas a solução então não é abrir mão do código-fonte, mas sim proibir a empresa de se recusar a fazer negócio!

Sério mesmo? Eu escrevi isso de brincadeira, mas não duvido que certos próceres esquerdetas preguem tal absurdo. (Não vou estender esse assunto aqui, e recomendo essa leitura para uma visão mais completa de porque não existe indústria de tecnologia avançada em "economias" de esquerda.)

Se uma empresa estabelece uma condição para ser atendida - e o Governo é uma empresa - os fornecedores decidem se vale a pena ou não fazer negócio com essa empresa.

Conclusão?

Quem paga se a tecnologia sair mais cara? Nós.

Quem fica sem serviço se a tecnologia for insuficiente? Nós.

Quem sai perdendo se o Governo insistir em ideologia? NÓS!!

Quem paga o Governo? Sim, isso mesmo: eu, tu, ele - nós.

E em troca do quê uma o Governo pede abertura do código-fonte? Que vantagem eu, tu, nós teremos com isso? E quem vai fazer? O Gmail?

Vale a pena se arriscar a pagar o preço por essa vantagem, quando abrir mão dela poderia trazer ainda mais benefícios, ser mais barato (dado o corte próximo de 20%, ainda mais!), ter maior qualidade, e ficar com mais dinheiro para mais investimentos?

Como é que podemos afirmar que o Governo trabalha em nosso benefício, nós, pagadores de impostos, se esse mesmo Governo toma uma decisão que arrisca tornar tudo pior e mais caro?