29 de ago. de 2012

Windows Erro 651 - Solução!

Quando é com o Ubuntu, todo mundo malha...
             ... mas quando é no Windows, todo mundo acha normal.

(Se você veio aqui tentando resolver seu erro 651, pode voltar o navegador e continuar a busca, eu também não resolvi o problema. Aqui eu vou comentar os dois pesos e duas medidas usados para comparar SL com SP. Você é bem-vindo para ler o restanto, em todo caso.)

Tem um povo do meu trabalho que reclamou quando abolimos o Word e passamos a usar o Write - ou em software-livrês trocamos o MS Office pelo LibreOffice.
"É difícil de usar, é diferente, blá blá blá chora chora chora..."

Eu não sou xiita, mas burrice e preguiça me irritam - eu perdôo ignorância porque ignorância tem cura, mas burrice e preguiça não. Como é que um cara troca um software por outro, que faz a mesma coisa e tem até os mesmos atalhos de teclado e reclama que é diferente? Pior, e quando dá pau e diz que é porque é SL???

Quer ver só? Vá ao Google e pesquise "Windows erro 651". Leia alguns posts. É um problema sem solução - ou pelo menos sem solução simples, já que eu não consegui achar um ÚNICO cristo que tenha resolvido o problema sem ser na sorte. Teve até um caso em que o problema sumiu da mesma forma que apareceu - do nada. Por acaso esse fez um apanhado das soluções ao redor da Internet, e nenhuma delas serviu para ele.

Quando dá pau no Windows - ou qualquer coisa pela qual se paga - todo mundo acha que "faz parte." SL não - aaaaah não, é porque é livre....

Ah, vá!

(No fundo, há uma moral muito interessante: SL é avaliado por um padrão superior ao proprietário, e mesmo assim faz sucesso. Logo, por esse sentimento, SL é melhor que SP por pelo menos uma ordem de grandeza. Claro que eu não sou besta de querer fazer essa comparação...)

10 de ago. de 2012

Provando o Próprio Remédio

Há algum tempo eu criei um projeto aberto de BI chamado ApacheBI. É uma solução básica de BI para tratar e monitorar os logs do Apache. Recentemente uma pessoa da lista do Pentaho Brasil perguntou sob qual licença ele está.

Ahn? Licença? Ppptttuuuuuiiiiiii....

Só então eu me dei conta que meu trabalho, publicado no SourceForge, aberto e livre, não tinha nenhum tipo de licença!

Fácil de resolver: é só escolher uma.

...
....
.....

E qual escolher???

Ok, isso eu já sei: livre para usar, modificar, distribuir e distribuir modificado.

Eu também não proíbo ninguém de vender nada com o meu projeto embutido - fico feliz se conseguir usá-lo para ganhar dinheiro. Pensando um pouco, eu não quero que ele venda o meu trabalho como se fosse dele. Logo, tudo bem ganhar dinheiro desde que não seja cobrando por algo que outro fez. Eu não ligo se você montar um BI Server, implantar meu projeto e cobrar por ter montado e implantado a solução. Mas vou ficar bravo pacas se você colocar o meu projeto num pendrive e vender tudo por muito mais que o pendrive vale. Não foi você quem fez, quem disse que pode usurpar meu esforço e cobrar por ele???

E o que mais? Com certeza eu vou gostar de ver meu nome (e do Edu) nos créditos de um sistema que use o ApacheBI. Logo, eu quero que quem use saiba de onde veio. E quero que o cliente que comprar ou baixar qualquer coisa com o ApacheBI embutido possa acessar o mesmo código que deu origem ao produto.

Por outro lado, se o integrador adicionar know-how à minha solução antes de vendê-la, eu não vou obrigá-lo a mostrar o segredo dele. Se ele quiser abrir a extensão, fine. Se não quiser, fine too. Afinal, eu posso decidir sobre o meu trabalho, em acordo com o Edu, mas não sobre o de outrem.

Eu apreciaria imensamente receber dicas, sugestões e patchs para melhoria do ApacheBI, mas se alguém o alterar e não quiser mostrar, ok. Não acho certo forçar ninguém a nada.

Resumindo, preciso de uma licença que dê:
  1. As quatro liberdades básicas - uso, distribuição, alteração, distribuição da alteração.
  2. Obrigatoriedade de mencionar que embute o ApacheBI.
  3. Obrigatoriedade de informar onde achar o código-fonte.
  4. Liberdade para empacotar o ApacheBI com código proprietário e fechar a solução.
E aí, qual licença dá isso?

15 de jun. de 2012

Software Livre na Secretaria de Saúde do Pará

Acabo de ler a notícia que a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará construiu uma solução de BI com Pentaho para análise georreferenciada dos dados coletados pelo Ministério da Saúde. Eu fiquei sabendo disso pelo LinkedIn, que divulgou o post no blog do Márcio Vieira, da Ambiente Livre (que é a empresa que treinou esse pessoal.)

Eu comento mais sobre o "BI" desse caso no meu blog dedicado ao assunto, o GeekBI.

11 de jun. de 2012

Azure vai suportar Linux

Notícia de hoje na Globo.com: Microsoft libera suporte ao Linux no Windows Azure.

Eu sempre acreditei que o maior defeito da MS não era os softwares cheios de problemas, até porque não há um sem o outro, nem um processo de desenvolvimento complicado e burocrático (como o MiniMS já mostrou), mas justamente a incapacidade de lidar com a diversidade, com a competição como não-nula.

Se a MS chegou ao ponto de ceder à demanda por Linux em seu serviço de nuvem, uma de duas coisas pode estar acontecendo:
  1. Assim como eles foram obrigados a ceder à Internet, quando acreditavam que o futuro online era como a AOL, eles cederam ao mercado (eu acho que é isso.)
  2. A torcida do MiniMS está fazendo efeito, e a empresa está se reinventando (duvido, ainda tem muito velho vivo por lá.)
Não vejo a MS como uma ameaça de nenhum tipo, pelo menos não enquanto o mundo for livre. Mas se a MS começar mesmo a investir em Linux, ai o bicho vai pegar. Imagine, uma distro Linux MS?? A RedHat e a Canonical tremeriam na base! Seria fantástico! (Se houver licença gratuita, claro. Se tiver que pagar pela distro tanto quanto por um Windows, então esqueça, teremos voltado ao marco zero.)

Pensando bem, isso já aconteceu uma vez: a Apple bifurcou o BSD e criou o iOS. Pelo que eu vi dele, apesar de muito bom e fácil de usar, o Linux autêntico ainda continua mais interessante para quem mexe mesmo com computadores. Para usuários finais, o iOS ainda parece melhor que o Ubuntu 12.04.

28 de mai. de 2012

Menezes Restaurante e Lanchonete Ltda

Na hora de pagar a conta no restaurante, vi uma planilha aberta no terminal. Na mesma hora pensei "como planilha ainda é um o pau-para-toda-obra." O espanto veio na hora que eu resolvi ler o caption da janela: LibreOffice 3!!!

Perguntei na hora para o caixa (que eu suspeito ser ou o dono, ou um dos sócios) quem havia instalado o LO. "Eu," respondeu ele. Porquê? "Ah, para que eu vou pagar licença para a MS, se isso me atende?" (Detalhe: o SO é Windows.)

Esse restaurante fica a duas quadras da Rua 25 de Março, então acesso a licença pirata não é problema. E mesmo sendo um restaurante muito frequentado por gente do Serpro, duvido que os donos tivessem medo de denúncia ou batida da ABES. Pela conversa me pareceu muito mais que ele optou pela comodidade de baixar um software gratuito (além de livre, mas duvido que isso tenha pesado para ele) em comparação a sair, comprar um CD pirata etc. que medo de complicações.

23 de mai. de 2012

Venture Capital para SL

Eu sabia que SL tem sido visto com uma vantagem para empresas de garagem que desejam virar start-ups fundeadas por capitalistas de risco (VC), mas eu acabei de descobrir que existe ao menos uma VC que investe em SL!

A North Bridge VC investe em Software Livre como uma tecnologia game changer, ou seja, disruptiva, com potencial para mudar as regras do jogo, e patrocina uma pesquisa anual sobre a adoção de SL pelas indústrias.

A pesquisa desse ano saiu há pouco, e vale a pena conhecê-la.

24 de abr. de 2012

Saiba Quando Desistir

Pense um pouco sobre como eram os computadores equipados com Windows há 10 anos, e como o Macintosh já era fácil de usar. Aos poucos as pessoas se acostumaram com a esquisitice do Windows, enquanto o Mac se estabeleceu como o verdadeiro user-friendly.

Como toda tecnologia disruptiva, SL não é para qualquer um. Há empresas e empresas - dos mais diversos tamanhos, graus de entropia e defeitos refrativos. Cada uma tem seus próprios processos e suas peculiares facilidades ou dificuldades de mudanças. E por isso toda empresa que tem alguma dificuldade de mudança, tem mais dificuldade de adoção do SL.

Adotar SL implica em passar por mudanças. É preciso rever a forma de se conseguir suporte, de se licenciar software (e de se pagar por ele - livre não é gratuito!!) A forma de implantação pode ser muito diferente do que se está acostumado - ou "muito" igual.

A maioria das empresas, de qualquer ramo, convergem para uma forma mais ou menos comum de tratar as coisas por causa da comparação à concorrência a qual estão continuamente sujeitas. Fornecedores de SL podem ou não estar moldados sob essa mesma pressão, e podem ou não estar na média do setor.

Como cada caso é um caso, a flexibilidade e capacidade de adaptação, a capacidade de entender e usar as vantagens competitivas e de produtividade que SL traz são preponderantes no momento de se avaliar a adoção de um SL.

E por isso é muito importante saber reconhecer que, talvez, essas vantagens não vão te ajudar. Talvez o contorcionismo que sua empresa precisará fazer para adotar um SL seja tão grande que anula tudo que você vai ganhar com ele.

Saiba quando adotar Software Proprietário por limitações da sua empresa, e evite o dissabor de perder uma corrida usando o carro mais moderno e potente. Quem sabe você não teria ganho com um fusquinha?

Afinal, ficar parado não mata. Mata não andar com a manada. Só reze para seu concorrente não conseguir resolver os mesmos problemas antes de você. ;-)

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Atualização:  acabo de ler isso no LinkedIn:
Wardlow: When I've pushed behind new concepts I find it's best to create the buzz, get the word out, and show people the solution exists for the problems which are coming up. Often, people just need a sign pointing them towards the solution. Once they see there's something there, they flock to it (so long as the solution is SMART --> Specific Measurable Achievable Realistic Timely. 
Ele tem uma idéia interessante para quem vive nas empresas que sofrem de dificuldade de inovação por falta de liderança. Leia o restante aqui.

23 de abr. de 2012

10 de abr. de 2012

SPZ2000 Ok no Ubuntu 10.10

Depois de quebrar minha webcam xing-ling de tanto forçar seu ajuste de foco, fiz uma pesquisa rápida na web por webcams da Philips (tenho uma no trabalho que é muito boa.) Achei algumas opções e resolvi procurar nas ruas pela SPZ2000.

Minha única dúvida era: funciona no Linux? O site da Philips não ajudou muito, mas, numa loja onde encontrei a webcam, a vendedora me fisgou com uma proposta irrecusável: se não funcionar, ela devolveria o dinheiro.

Pois muito bem, comprei a câmera, voltei para casa, liguei e - voi-là! - funcionou na hora, de primeira! :-)

Resumo da ópera e dicas:
  • Padrões, quando são seguidos, são bons porque reduzem a chance de problemas. (E isso é uma das coisas da MS que me irrita: padrão, só se for o deles.)
  • Quando comprar produtos para Linux, pergunte se funciona. Se o vendedor tiver interesse em te vender, ele pode arriscar o "se não funcionar, devolvemos seu dinheiro."
  • Se ele não oferecer, peça: se não funcionar, devolve o meu dinheiro? Já deu certo comigo, pode dar certo com você.
  • Poste no fórum do seu SO/SL: vai ajudar quem precisa de referência a ganhar segurança. (Esse é meu post sobre minha máquina.)
Até mais!

2 de abr. de 2012

Terra do Gelo e do Sofware Livre

Quem diria? Dinheiro está se tornando a menor das questões no mercado de Software Livre.

Vejam essa notícia (tradução livre):
Islândia vai usar Software Livre na TI do setor público

As instituições públicas da Islândia começam, neste ano, a mudar para software livre.
(...)
Esse movimento é uma aceleração da política de software livre do governo islandês, publicado inicialmente em 2007.
(...)
Software Livre está se expandindo rapidamente ao redor do mundo, já tendo conquistado o reconhecimento de uma opção realística durante a escolha de soluções de TI," disse o Escritório do Primeiro-Ministro. "É importante que autoridade governamentais apoiem isso e permitam seu contínuo desenvolvimento, já que o uso de software livre pode reduzir as amarras dos negócios, autoridades e o público a certos únicos provedores de serviços, e portanto cultivar maiores opções."
(...)
A Islândia é uma ilha no norte da Europa, com renda per capita de US$40.000,00 e uma área de pouco mais que 100.000 Km2 (quase metade da área do estado de São Paulo) e nem meio milhão de habitantes. Software para tocar o país não seria caro de qualquer forma, mas mesmo assim eles investem em SL porque dá a eles mais liberdade de ação, mais opções.

O Brasil tem uma política muito semelhante, mas ainda não temos uma liderança no país que nos leve nesse sentido. Ainda é maior a questão dos preços - tanto que o TCU é quem mais cobra das empresas do governo que gastem melhor o dinheiro buscando SL quando puderem evitar SP.

Ainda que isso seja melhor que nada, não teremos muitas vantagens como país ao adotar SL enquanto essa adoção partir apenas de razões econômicas. O dinheiro economizado é muito pouco, tanto em montantes absolutos quanto relativos.

O Brasil, que foi um pioneiro nessa área, deveria parar de buscar irmandade em países que mal possuem instituições estáveis e começar a se aproximar de países avançados, que possam trocar experiência e conhecimento conosco, ao invés de apenas nos observar ou receber tudo de mão-beijada. Nada contra compartilhar, nem mesmo contra doar conhecimento, mas nosso objetivo, como nação, deve ser nos ajudar, antes de ajudar outros países - ou a prioridade do nosso governo é o povo de outro país?

Será que tem intercâmbio para Islândia? ;-)