30 de mai. de 2016

Isso é o resultado da liberdade

Todo mundo gosta de ter liberdade. Quem não gosta? Poder fazer o que quiser, quando, onde e como? É o sonho dourado de todo mundo que aposta em jogos de azar, como Mega Sena e tantas outras loterias.

Viés, viés, viés

Notaram o "jogos de azar"? Soa ruim, não? É feio: jogos de azar. Como corrida de cavalos, cassinos, jogo do bicho e tantos outros. Podemos dar um viés negativo a qualquer coisa, basta escrever do jeito "errado" - pronto, fiz de novo: dei um viés ruim a idéia de dar um viés negativo. E podemos dar um viés positivo escrevendo do jeito certo. Fiz de novo: o jeito certo é bom, é positivo - só que se você discordar de mim, vai estar tudo ao contrário: o meu viés positivo é o seu viés negativo. Guardem isso: o enviesamento de cada opinião é sempre favorável, "do bem", para o autor, mas nem sempre para o leitor.

Bias, para os chiques que falam Inglês.

Viés sempre haverá, porque nunca conseguimos nos posicionar 100% isentamente, 100% neutros. E por isso mesmo o importante é deixar claro qual é o viés, ao invés de tentar fingir que ele não existe, que o autor é "isentão".

Ali em cima eu coloquei Liberdade como uma coisa boa. Alguns podem colocar que Liberdade é uma coisa ruim: se você é 100% livre, é livre também para prejudicar o outro, o próximo. Logo, bom é a Polícia, que limita a sua liberdade, e assim protege o próximo.

Afirmação da qual os norte-coreanos, cubanos e venezuelanos em geral discordam. Polícia é ruim, porque tira sua liberdade de ir e vir, de fazer o que quiser, mesmo que não seja prejudicar alguém.

Essa briga vai longe, já que ela é a própria guerra do Bem contra o Mal: sempre existiu e sempre vai existir, enquanto houver sociedade humana. O segredo é o equilíbrio: precisamos ter liberdade para perseguir nossos sonhos, cuidar de nossas vidas, e devemos abrir mão de parte dela na interação com nossos pares.

Liberdade É Ruim!

Li o seguinte post: http://www.capitaldigital.com.br/?p=18243

O título é "Isso é o resultado da sua omissão". O autor afirma que quando nós, assalariados, fugimos dos sindicatos como o diabo foge da cruz, acabamos muito mal-servidos: os salários são achatados e as seguranças empregatícias somem.

Leia o artigo para poder entender o argumento dele.

Ele dá a entender que as empresas não têm direito - não deveriam ter, ao menos - de estabelecer quanto estão dispostas a pagar por um determnado profissional. Pelo que ele deixa transparecer, as empresas só podem oferecer salários condignos com a posição e educação do candidato almejado.

É uma opinião e não me resta alternativa a não ser aceitá-la. O autor é livre para emiti-la, e mesmo que ela me desagrade, eu vou morrer lutando pelo direito de ele manifestá-la. (Percebem que essa postura de defender a Liberdade, especialmente a de expressão, e de respeitá-la mesmo quando ela nos desagrada anda em falta nestes últimos tempos?)

O que ele não coloca é que ele condena o liberalismo econômico. Ele vê a equação de uma forma muito... muito... limitada? Apertada? Como dizer, ele vê como quer ver, e escolhe ignorar a realidade em torno.

Liberdade é Bom!

Vamos supor que um sindicato qualquer decidisse quanto deve ser o salário de um certo profissional. O que aconteceria no caso mostrado?

Se o salário determinado pelo Sindicato for menor que o oferecido pelo empregador, o Sindicato é irrelevante. Se além de ser menor, o salário do Sindicato ainda fosse obrigatório, ele seria pernicioso, pois estaria prejudicando diretamente o trabalhador.

Neste caso, é bom que o empregador seja livre para poder oferecer mais que o mínimo. Liberdade é bom.

Se o salário determinado pelo Sindicato for maior que o que a empresa está disposta a oferecer, pela mesma qualificação, o Sindicato estará interferindo diretamente na administração da dita empresa, pois está obrigando-a a um gasto que ela não quer fazer, tolhendo sua liberdade de escolha. O sindicato estaria realizando uma perigosa ingerência, que pode levar uma empresa à falência e prejudicar não apenas os empregados, mas a cadeia de fornecimento (empregos indiretos) e - acima de todos - o consumidor.

Veja, dificilmente duas empresas possuem condições absolutamente iguais. Quando duas ou mais empresas disputam um mercado, se sai melhor aquela que atende melhor o cliente, e ainda obtém lucros. Aquelas empresas que não atendem adequadamente o consumidor, aos poucos perde participação e estagna em um nicho, ou some completamente, empurrada para fora do mercado PELOS CONSUMIDORES.

Se o Sindicato obriga uma empresa a uma despesa que ela não quer fazer, ele deixa a empresa em uma encruzilhada: desiste do profissional, e prejudica sua estratégia, ou decide ir adiante. Como dinheiro não dá em árvores, para fazer um gasto maior em um lado, ela precisa fazer um gasto menor em outra. No final das contas, ela vai ter um impacto negativo no seu lucro: será menor porque perdeu oportunidades, ou será menor porque foi obrigada a gastar mais do que queria. Mas será menor.

Como re-investimento no negócio é o principal combustível para fazer o negócio crescer, prejudicar a lucratividade prejudica a capacidade do negócio crescer. Resultado? Ao invés de a empresa crescer no ritmo que poderia, vai crescer menos, se crescer.

Tirar Liberdade é Sempre Ruim

Então o "certo" é deixar o Sindicato obrigar as empresas a fazer o que o Sindicato entende por certo? Vejamos:
  1. Se o salário da empresa for maior que o do Sindicato, o trabalhador se ferrou;
  2. Se o salário do sindicato é maior do que o que a empresa pode pagar, ela:
    1. Desiste de contratar o profissional: o trabalhador se ferrou, com menos vagas, maior desemprego;
    2. Como a necessidade para a qual aquela vaga foi criada não vai sumir, alguém vai ter que fazer. Então o serviço para quem fica aumenta, sem aumento de salário - o trabalhador se ferrou;
    3. Não desiste e contrata o trabalhador mais caro, mas exige mais experiência - o novato, inexperiente, que é "mais barato" se ferrou;
    4.  Não desiste e contrata o trabalhador mais caro, e além de matar a vaga para os menos experientes, cresce mais devagar, e gera menos empregos - e o trabalhador se ferrou de novo, agora como categoria e não mais individualmente.
Em última análise o trabalhador sempre se ferra se o Sindicato manda: ou prejudica o mercado de trabalho, ou prejudica a empresa, ou prejudica o cliente e os fornecedores.

Viés: Quem Sai Ganhando?

Notou que ao reduzir a liberdade do sistema, como um todo, o empregado sempre se ferra? Os clientes e o patrão também - todo mundo se dá mal quando tolhe-se a liberdade.

Daí o autor sugere que salários baixos são consequência da falta de Sindicatos para forçar os salários para cima. Bom, que evidências ele tem que isso é verdade? Isso é um viés, que ele não explicita!

No fundo, quem é que ganha com a existência de sindicatos intrometidos? Você tem uma chance!

Isso mesmo: enquanto as empresas afundam, o mercado de trabalho encolhe, e os produtos e serviços pioram, a única categoria feliz com o encolhimento geral da Economia são os... SINDICATOS!!

Salário Baixo?

Oras, se a empresa quer pagar pouco, azar de quem aceitar! Se você acha que não vale a pena, procure outra vaga! Ah, todas pagam pouco. Então procure a que paga mais! Nenhuma paga mais! Meu amigo, então ferrou geral, somos um país de trabalhadores de setecentos paus! Se você obrigar a pagar mais, não vai aumentar os ganhos de ninguém, mas sim o desemprego!

E aí, você prefere ser um desempregado de R$1.000,00 a ser um empregado de R$700,00?

Você prefere pouco ou nada?

Eu vejo mais riqueza nas nações capitalistas que nas nações socialistas, comunistas, coletivistas em geral. Esse é meu viés. ;-)

9 de mar. de 2016

OMG!Windows

E o dia que eu sabia que chegaria finalmente chegou:

https://redmondmag.com/articles/2016/03/07/sql-server-2016-to-linux.aspx

Isso mesmo: em março de 2016 o SQL Server foi oficialmente anunciado para Linux.

Afinal, se o mundo está indo nesta direção, o que a MS vai fazer? Enfiar a cabeça na areia e negar a realidade? Até quando? A que custo?

Ainda teremos a Microsoft vendendo Winnix - o Linux do Windows. Podem escrever o que eu estou dizendo! E já não falta muito, pois eles já dão suporte a Linux no Azure!

10 de nov. de 2015

Ideologia Atrapalha!!

Não duvidem na minha fé no SL e no código aberto - ela decorre dos fatos que nos cercam, mais do que na minha filosofia liberal. Isto posto, vejam esta notícia acabei de ler (aqui editada por mim:)
Fabricantes com quem conversei ontem no Telebrasil deixaram claro.

Não deverão participar de licitações para fornecimento de equipamentos de redes, de órgãos que incluírem no seu edital a exigência de abertura do código-fonte.

(...)

Há até aqueles que já fizeram as suas contas, para saber se haveria grandes perdas deixar de fornecer por algum tempo ao Brasil, enquanto vigorar essa exigência.

(...)“Eu tenho uma das minhas patentes que custaria hoje uns 50 bilhões de dólares. O Brasil estaria disposto ou teria condições de me indenizar esse valor, se meu código-fonte vazasse?

Durante o Painel Telebrasil 2015 foi colocado pelo Governo brasileiro a firme intenção de exigir a abertura de código-fonte em aquisições de TI & telecom.

A justificativa, segundo a notícia anterior é "só comprar sistemas informatizados e equipamentos de rede de telecomunicações quando puder auditar e ter as devidas garantias de proteção aos seus dados sensíveis". Voltarei a isso no final.

Vamos ler isso pelo outro lado, das consequências:
  1. As empresas que deixarão de concorrer podem vir a deixar de faturar;
  2. O pool de concorrentes diminui;
  3. O governo brasileiro reduz o pool de opções técnicas.
Agora vamos ver o que acontece em cada caso.

Empresas Deixam de Concorrer

Essa é fácil: só uma empresa pode ganhar uma licitação (exceto em caso de consórcio, mas não é o que parece aqui.) Logo, das X empresas que podem concorrer, só uma vai faturar essa grana.

Ou seja, deixar de concorrer não significa abrir mão de um faturamento garantido. Significa abrir mão de um item no funil de vendas - nada mais! Dinheiro de mentirinha, para todos os efeitos de planejamento.

Na pior das hipóteses, a empresa mais cotada para vencer em cada caso, e que saiba dessa sua vantagem, vai ter que se contentar em reduzir suas estimativas de vendas. E como nenhuma empresa é besta de depender de um só cliente, com certeza vai ter outras opções. Se pensarmos um pouco, desistir de vender para o setor público pode acabar liberando recursos para vender em outros setores, e até reduzir o tempo médio de vendas, já que essas licitações sempre se arrastam por meses, semestres, anos.

Pool de Concorrentes Menor

Com empresas desistindo, a competição se dará entre outras empresas. Se uma das desistentes fosse uma favorita, melhor ainda!, pois o favoritismo vai para alguma outra.

Porém, isso já é uma má notícia para nós, brasileiros. Quando a lista de opções diminui, estamos dizendo que asa opções de tecnologia para o Brasil diminuem.
O triplo pelo dobro!! Tudo ou nada!!
Conseguem imaginar tendo que escolher redes de 30MB, quando já se oferecem redes de 100MB nas casas das pessoas? Mas não compre agora, fica pior! O anúncio acima foi copiado das respectivas páginas da Vivo e do Virtua e é isso mesmo que se vê: mais do triplo da velocidade por menos do dobro do preço!

Ou seja, tecnologia mais nova costuma ser mais econômica, a ter um custo menor. Abrir mão de certos fornecedores pode sair mais caro!

Menor Pool de Tecnologias para o Brasil

E aqui vem a cereja do bolo. O que acontece quando os fornecedores deixam de querer vender para o governo do Brasil? O governo fica sem essas opções - afinal, não sou obrigado a fazer negócio se não quiser. Livre mercado, lembra-se?
Ah, Fábio, mas a solução então não é abrir mão do código-fonte, mas sim proibir a empresa de se recusar a fazer negócio!

Sério mesmo? Eu escrevi isso de brincadeira, mas não duvido que certos próceres esquerdetas preguem tal absurdo. (Não vou estender esse assunto aqui, e recomendo essa leitura para uma visão mais completa de porque não existe indústria de tecnologia avançada em "economias" de esquerda.)

Se uma empresa estabelece uma condição para ser atendida - e o Governo é uma empresa - os fornecedores decidem se vale a pena ou não fazer negócio com essa empresa.

Conclusão?

Quem paga se a tecnologia sair mais cara? Nós.

Quem fica sem serviço se a tecnologia for insuficiente? Nós.

Quem sai perdendo se o Governo insistir em ideologia? NÓS!!

Quem paga o Governo? Sim, isso mesmo: eu, tu, ele - nós.

E em troca do quê uma o Governo pede abertura do código-fonte? Que vantagem eu, tu, nós teremos com isso? E quem vai fazer? O Gmail?

Vale a pena se arriscar a pagar o preço por essa vantagem, quando abrir mão dela poderia trazer ainda mais benefícios, ser mais barato (dado o corte próximo de 20%, ainda mais!), ter maior qualidade, e ficar com mais dinheiro para mais investimentos?

Como é que podemos afirmar que o Governo trabalha em nosso benefício, nós, pagadores de impostos, se esse mesmo Governo toma uma decisão que arrisca tornar tudo pior e mais caro?